sábado, junho 13, 2015

A Minha Graça te Basta

       Deus levou o apóstolo Paulo a uma experiência transcendente (II Cor. 12:2-4), mas, em seguida, permitiu que ele caminhasse no vale da angústia para evitar que se imaginasse além da total dependência da Sua graça. 
            A palavra traduzida por “espinho” é impotente para transmitir as profundezas da expressão original utilizada pelo apóstolo Paulo: a palavra grega skolops – algo como empalar. No mundo antigo era uma das formas de punição de criminosos e traidores: fincavam um pedaço pontiagudo de madeira no chão, uma estaca, a ponta afiada era introduzida no indivíduo, e ali o condenado agonizava. Paulo usou essa imagem para descrever sua aflição. Algo dolorosamente pontiagudo.
            Paulo clamou ao Senhor, e a resposta veio de forma inesperada: “A minha graça te basta, o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (II Cor. 12:9a). Ele entendeu que o sofrimento era uma gigantesca oportunidade para o desenvolvimento do poder de Deus. O sofrimento sufoca o eu permitindo a expansão da inigualável força de Deus e, consequentemente, os músculos da fé são vigorosamente exercitados. Ao ganhar musculatura a fé ocupa espaços outrora vazios.
           O sofrimento não é um exercício apenas para os músculos da fé do sofredor, as pessoas que o circundam são compelidas a se mover intercedendo, por isso Tiago diz: “orai uns pelos outros”. E eu acrescento: “Para que a vossa fé não enferruje com orações voltadas somente para si mesmo”.