Alain
de Botton, no livro “Religião para ateus”, aspira vivenciar todos os elementos
da vida religiosa, menos a devoção. Ele abre o livro afirmando que a “pergunta
mais enfadonha e inútil que se pode fazer sobre qualquer religião é se ela é ou
não verdadeira”. Botton celebra o self-service religioso com fins terapêuticos. Um filósofo desinteressado no alicerce do pensamento lógico? Será que nunca
passou pela mente desse filósofo ateu que ao lutar em todas as frentes existenciais
se confrontará com Deus em tudo? Botton nos convida a abraçar o seu
pensamento irracional, enquanto ironiza a suposta não racionalidade da religião
cristã.
Entristece-me
a postura de Botton porque apesar de circular na alta cultura, ter uma vida
rica e privilegiada, ele não sabe nada sobre a Verdade. Botton diz querer
resgatar belos aspectos da religião cristã, mas antes precisa ser resgatado da
sua cela dourada que lhe impediu de ver a sabedoria e profundidade do
cristianismo. O cristianismo consegue falar a linguagem das pessoas mais
simples, mas também consegue escalar a torre dos eruditos; e não se detém ali,
está sempre um passo à frente do mais sábio dos homens. Não é toa que mentes
excepcionais como Tomás de Aquino, Pascal, Kierkegaard, C. S. Lewis e inúmeros
outros abraçaram o cristianismo.
Botton
me lembra do jovem peixe de uma historinha. Um velho peixe perguntou ao jovem
peixe que nadava de um lado para o outro: “Como está a água?”. Após alguns
instantes de silêncio, o peixe jovem disse: “O que é água?”.
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