É da própria natureza do pecado escravizar os que flertam com ele. Peque
uma vez, e ainda conseguirá olhar de fora da janela e dizer: não
entrarei aí novamente. Mas continue a pecar e se sentirá “em casa”. Não
conseguirá mais olhar de fora para dentro. A disposição da alma, uma vez
alterada, enxergará aquela casa em ruínas como um lar confortável.
Questionado sobre a chuva dirá que é hora do banho; sobre a ausência de
teto dirá que isso permite a visão de nuvens, estrelas, sol e lua;
sobre a arquitetura dirá que reflete o relativismo pós-moderno nas
paredes aos pedaços; a ausência de móveis dirá que representa a amplidão
do espaço que reverbera em sua mente e assim, com um amontoado de
desculpas, irá se auto destruindo e, infelizmente, atingindo todos os que
estão à sua volta.
(© Samuel Rezende, Relíquias de Uma Terra Estranha)
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