sábado, maio 28, 2011

Instrumentos Desafinados

Se um dia tivesse que morar em uma grande cidade, eu teria enorme dificuldade de adaptação. O barulho constante e a pressa não me atraem. Moro em uma pequena cidade que, às vezes, já me parece excessivamente barulhenta. Automóveis, ônibus, veículo do corpo de bombeiros, sirenes de ambulância ou de carros da polícia, motocicletas, me parecem uma orquestra com seus trompetes, trombones, saxofones, tambores, violinos e outros instrumentos desafinando em uma melodia. ©

Uma Noite Sobre a Terra

Título original: Night on Earth
Direção: Jim Jarmusch
Gênero: Comédia/Drama
Tempo de duração: 128 minutos
Ano de lançamento: 1991
Sinopse: Uma história de cinco episódios. Todos ocorrem na mesma noite, envolvendo motoristas de táxi e seus passageiros. As histórias são situadas em cinco cidades diferentes: Los Angeles, Nova York, Paris, Roma e Helsinki. Em Los Angeles, um caçador de talentos para o cinema descobre que a taxista (Winona Ryder) que o leva é perfeito para um papel. Em Nova York, um taxista estrangeiro está perdido em uma cidade e cultura totalmente desconhecida, enquanto que, em Paris, uma garota cega (Beatrice Dalle) conversa com o motorista sobre a vida e sua condição. Na capital italiana, um sacerdote adoentado entra no táxi de um motorista (Roberto Beningni) bastante sociável, com quem conversa sobre a morte. Por fim, em Helsinki, o funcionário de uma fábrica conversa com seus compatriotas sobre o vazio e as injustiças da vida e da morte.

Crime e Castigo (Dostoiévski)

sábado, maio 21, 2011

O Nono Dia

Título original: Der Neunte Tag
Direção: Volker Schlöndorff
Gênero: Drama/Guerra
Tempo de duração: 97 minutos
Ano de lançamento: 2004
Sinopse: Durante o Regime Nazista um padre é preso e enviado para um campo de concentração. Para sair de lá com vida ele recebe uma condição: negociar com o bispo de Luxemburgo uma aliança da Igreja Católica com Hitler. Em nove dias a sua consciência e sua paz são atormentadas por causa do objetivo nazista e pela lembrança do inferno onde ficou preso. Em nove dias ele decidirá: se fugir para outro país, os seus companheiros detidos em Dachau no "bloco dos padres" serão executados, se recusar voltará para o inferno de onde saiu. A sua fé e consciência resistirão ao desejo de permanecer distante daquele pedaço do inferno?

O Deserto dos Tártaros (Dino Buzzati)

sábado, maio 14, 2011

O Curioso Caso de Benjamin Button

Título original: The Curious Case of Benjamin Button
Direção: David Fincher
Gênero: Drama
Tempo de duração: 165 minutos
Ano de lançamento: 2008
Sinopse: Drama baseado no conto homônimo escrito por F. Scott Fitzgerald nos anos de 1920, que conta a história de Benjamin Button, um homem que misteriosamente começa a rejuvenescer e passa a sofrer as bizarras consequências do fenômeno. Button, estranhamente, chega aos seus 80 e poucos anos - na New Orleans de 1918, quando a Primeira Guerra está chegando ao fim - e a partir disso começa a ficar mais jovem. Ainda que a cronologia do tempo siga normalmente e ele invada os anos do século 21.

Cristianismo Puro e Simples (C. S. Lewis)

sábado, maio 07, 2011

Encontro

É preciso abrir-se ao “milagre” do encontro, ao extremo do possível. O materialismo trabalha continuamente para tapar as fissuras por onde pode passar a graça, asfixiando o olhar.
Hoje, como Simone Weil, peço a Deus que me liberte de Deus. Ou seja, que me liberte da falsa imagem de Deus que, influenciado ou não, acabei criando. Deus renunciou a si mesmo, na expressão bíblica “esvaziando-se”, para poder encarnar. Eu também preciso renunciar a algo. Só se possui aquilo a que se renuncia. Começava, naquele momento, o Deus que renuncia até que o ápice fosse atingido na vida de Jesus. Deus aproxima-se como o irmão comum.
Gosto das palavras de Weil: “É Deus quem por amor se retira, a fim de que possamos amá-lo... mediante a noite escura, se retira para não ser amado como o tesouro pelo avaro... E não quer que o amemos como o avarento ama o seu tesouro, porque o tem perto, possuído”. Amamos em verdade e espírito quando acreditar nele não nos traz nenhum benefício.
            Deus é o que aceita o combate, e na aceitação se enfraquece para não provocar a destruição do oponente, mas também é aquele que a qualquer momento pode revelar-se como possuidor de um poder infinito.
            Certo dia estava na praia de Cabo Frio (RJ), era uma tarde agradável com sol, algumas aves mergulhavam na superfície do mar e subiam novamente, fiquei ali acompanhando a calma, bonita e indiferente quietude das marés.
            Sim, indiferente. O pensamento que nada disso importa. A impenetrável transcendência de uma tarde gloriosa.
            Será que tenho domesticado Deus ao imaginá-lo centrado no planeta terra quando existem milhares de estrelas no universo? Criei a imagem de uma deidade intervencionista na minha alma? Ele é, em última análise, este silencioso murmurar de ausência do planeta, exceto em momentos ocasionais, quando entrou em cena interrompendo o fluxo natural de uma forma que podia ser ignorada, pregado em uma cruz com os pulsos perfurados, literalmente, abandonado?
            Para os cristãos, Deus pode ser mais bem vislumbrado em Jesus Cristo. Jesus ressaltou que nem uma folha cai de uma árvore sem o olhar atento de Deus. A terrível consciência da santidade de Deus é um trabalho do Espírito Santo, sacudindo a nossa propensão ao comodismo, mantendo uma tensão que nos torna mais suscetível a notar a doçura de Jesus Cristo. ©

Na Cidade de Sylvia

Título original: En la Ciudad de Sylvia
Direção: José Luis Guerín
Gênero: Drama
Tempo de duração: 82 minutos
Ano de lançamento: 2007
Sinopse: Um rapaz viaja à cidade francesa de Estrasburgo em busca de Sylvia, mulher que conheceu anos antes e por quem se apaixonou. Sentado na mesa ao ar livre de um café, ele observa pacientemente todas as mulheres que passam na esperança de encontrar aquela que ama. Munido de um caderno e um lápis, ele rabisca os rostos e silhuetas das belas e sensuais moças que vê. Quando finalmente acredita ter encontrado Sylvia, ele percorre incansavelmente as ruas da cidade atrás dela.

Grandes Esperanças (Charles Dickens)