quinta-feira, abril 28, 2011

Exposição

             O que importa não é apenas saber se Deus existe, se além do brilho das estrelas existe uma inteligência cósmica que mantém o universo, mas saber se existe um Deus envolvido em nosso dia a dia, um Deus que envia mensagens tentando superar a nossa cegueira à medida que se move mergulhando até os joelhos no esterco miserável da existência humana e na maravilha do mundo.
Talvez a prova não seja tão espetacular quanto Filipe queria quando pediu a Jesus: “Mostra-nos o Pai”, e este respondeu “Tenho estado todo este tempo convosco e não me conheces?”.
O mundo moderno já o ilustrou como um hippie, de barba parecida a de Jim Morrison nos dias finais do LSD, zanzando por Israel, inalando perfumes da flora local, enquanto expressa em frases zen, dignas de serem repetidas nos exercícios de ioga, meditada ao som de CDs com sonares de baleias.
Prefiro o Jesus das Escrituras. Não creio em um Messias no qual não posso confiar, e em quem não reconheço sinais de glória.
Prefiro o Salvador que tenha coragem de empunhar o chicote contra os mercadores da fé, que se intromete na relação pessoal e íntima de cada um de nós com Deus (Jo. 17:3 e I Tm. 2:5), isto após acariciar crianças com efusivos abraços, incitando-nos à humildade pueril, e dias mais tarde, ser cuspido, dilacerado, sangrando até a morte na cruz do calvário, para ressuscitar ao terceiro dia, vencendo o mundo, que veio salvar.
            É este Deus imerso em nossa biologia, este Deus encarnado na criação que nós conhecemos em Jesus Cristo. Através da vergonha e ignomínia da cruz, o Deus invisível se fez visível, o Redentor oculto é revelado. A profunda natureza de Deus como aquele que sofre é conhecida através dos olhos da fé. A cruz é a escandalosa exposição do Deus oculto. ©

Magnólia

Título original: Magnolia
Direção: Paul Thomas Anderson
Gênero: Drama
Tempo de duração: 178 minutos
Ano de lançamento: 1999
Sinopse: Big Earl Partridge (Jason Robards) é um produtor de TV à beira da morte que deseja reencontrar o filho. Phill (Phillip Seymour Hoffman) é seu dedicado enfermeiro e Linda (Juliane Moore), sua jovem esposa. Frank (Tom Cruise), é um célebre guru machista, é o filho que Big Earl procura. Jimmy Gator (Philip Baker Hall) é o apresentador do famoso programa de TV que também está com câncer e procurando se entender com a filha Cláudia, cocainomaníaca. Stanley é um garoto-prodígio manipulado pelo pai oportunista. O ponto comum entre essa gente? Todos vivem num bairro de Los Angeles cortado por uma rua chamada Magnólia. Mas, antes que este círculo de personagens se feche, o espectador ainda terá muitas surpresas...

Moby Dick (Herman Melville)

quinta-feira, abril 21, 2011

Leon Morin, O Padre

Título original: Léon Morin, prêtre
Direção: Jean-Pierre Melville
Gênero: Drama/Romance
Tempo de duração: 115 minutos
Ano de lançamento: 1961
Sinopse: Uma obra do cineasta francês Jean Pierre Melville. Em Leon Morin, ele conta a história de uma viúva (Emmanuelle Riva) que vive com a sua pequena filha France e que é militante do partido comunista. Quando os alemães chegam ela envia France à fazenda e decide dirigir-se à paróquia e confrontar um padre (Jean-Paul Belmondo) com a idéia da inexistência de Deus. Contudo, a reação do padre não era aquela que ela imaginava. Melville usa um assombroso preto-e-branco para filmar uma história de amor que acontece entre as ruínas da França ocupada pelas forças da Alemanha e Itália.

O Morro dos Ventos Uivantes


quinta-feira, abril 14, 2011

Perguntas

Deus não é objeto de investigação científica nem algo que possamos introduzir no tesouro de nosso conhecimento – como um selo raro em um lugar especial da nossa coleção. Deus não é uma hipótese derivada de hipóteses lógicas. Para os racionalistas, Ele é uma coisa que buscam nas trevas com a luz de sua razão. Para o cristão, Ele é a própria luz.
            Deus não está no mundo, como um estrangeiro visitando um lugar. O mundo está em Deus.
            Os planetas, as montanhas, os elementos são objetos do conhecimento. Deus não é um objeto do conhecimento. Sem Deus não haveria absolutamente nada em tudo, sem Deus não há conhecimento. O conhecimento só é possível porque Deus é.
            Deus existe? A pergunta só é possível porque Deus está escondido atrás dela. Se você perguntar sobre Deus, não com mera curiosidade, mas como um investigador ansioso, aflito, angustiado pela possibilidade de que Deus possa não existir e que toda a vida seja vaidade e loucura, se você prestar atenção nas frestas da eternidade, a resposta pode bailar à sua frente. O seu próprio coração distingue entre o sentido e o absurdo. Para o teólogo Emil Brunner, sem Deus o mal não é mal e o bom não é bom. No ato de perguntar sobre Deus, Deus já está atrás de você tornando a sua pergunta possível.
            Crer em Deus não é um ato de credulidade ingênua. Credulidade ingênua ou desarrazoada é ter a opinião que o olho humano, a estrutura de um inseto, ou a glória de um prado em flor é apenas um produto da possibilidade.
            A insanidade “científica” penetrou no mundo confundindo os nossos sentidos. Se não há Deus a consciência é apenas um complexo de hábitos residuais e não significa nada. O santo e o criminoso são apenas fantasmas da imaginação.
            Mas há uma ordem divina que perpassa a criação, levando o homem a se curvar. O mundo, com milhões de dedos aponta para Deus. ©

Despedida em Las Vegas

Título original: Leaving Las Vegas
Direção: Mike Figgis
Gênero: Drama
Tempo de duração: 112 minutos
Ano de lançamento: 1995
Sinopse: Em Los Angeles, Ben Sanderson (Nicolas Cage) é um alcoólatra que, após ter sido demitido da produção de um filme, decide dirigir até Las Vegas, onde planeja beber até morrer. Lá conhece Sera (Elisabeth Shue), uma prostituta que também morou em Los Angeles, por quem se apaixona. Ele acaba indo morar na casa dela, sendo que ela respeita o fato dele ser alcoólatra e ele respeita seu modo de ganhar a vida. No entanto, a deterioração dele entrou em um processo irreversível.

Pais e Filhos (Turgueniev)

quinta-feira, abril 07, 2011

Na Cruz

Na cruz, o amor supera o mal. Deus tem um tempo determinado para julgar um mundo que está repleto com todos os tipos de abominação – Ele não subestima a intolerabilidade do mal. Deus não é um cúmplice do mal, utilizando-o como seu instrumento. O mal é ambíguo, instável. É uma doença dinâmica, uma existência parasitária e destruidora.
            O mistério impenetrável do mal enfrenta o mistério paradoxal da cruz. A cruz é a vitória do amor sobre o mal. A cruz é a incorporação do mal ao plano de redenção divina. Isso pode soar como algo perturbador, à beira da blasfêmia. A reação de Deus ao problema do mal, é a absorção em si mesmo. O mal não é engolido pelo amor, em um tipo de absorção química e dissolução.
Na cruz revela-se o surgimento do reino de Deus, não pelo poder das armas ou da força, mas pelo Espírito de sacrifício. A cruz destrona o reino do mal. A sabedoria do caminho da cruz é que ele ataca o mal utilizando a ambigüidade de sua natureza original, e seu estado ilegítimo. O mal é desarmado no sacrifício do próprio Deus. A manobra é algo sem precedentes. Ele aprisiona o enganador em seu próprio ardil. Ao assumir as conseqüências do pecado humano, ele nos liberta. Aqui reside o mistério da vitória.
            Na cruz, o mal é vencido pelo amor cumprindo a justiça. É o amor revelado na sua maior intensidade. ©

Fitzcarraldo

Título original: Fitzcarraldo
Direção: Werner Herzog
Gênero: Drama/Aventura
Tempo de duração: 156 minutos
Ano de lançamento: 1982
Sinopse: No final do século XIX, no apogeu do ciclo da borracha, o aventureiro Brian Sweeney Fitzgerald sonha em construir um teatro de ópera na Amazônia peruana. Para realizar seu sonho, não mede quaisquer esforços, enquanto se embrenha na mata com um barco à vapor de 160 toneladas (que irá tentar arrastar ao topo de um morro no meio da selva). Com este projeto, Herzog ganhou o prêmio de Melhor Direção no Festival de Cannes.

Nu Perdido e Outros Poemas (René Char)